quarta-feira, 27 de abril de 2011

Os motivos que despertam um desejo enorme de fazer justiça com as próprias mãos

Parece uma nova moda (Deus nos livre), algum tipo de reação em cadeia, um tremendo distúrbio emocional ou espiritual ou alguma coisa que o efeito da mídia causa nas pessoas como nas várias notícias, nos últimos dias, de mulheres que abandonam seus bebês recém nascidos ao relento em lixeiras, terrenos baldios, etc. Cada vez mais fogem da compreensão do ser humano racional, os motivos que levam uma pessoa a fazer isso.
Quando a mulher está prestes a ter um filho, a gerar uma vida, muitas coisas acontecem no corpo da mulher que só elas mesmo poderiam descrever fielmente o fenômeno que acontece, sempre ouvimos que ela realmente fica em estado de graça, mas o turbilhão de emoções e alterações físicas são tão marcantes que em alguns casos, principalmente nas periferias, somam-se a problemas pessoais, falta de informação, problemas financeiros, bebidas, drogas e etc. Por isso muitas vezes acontece a rejeição das mães para estas crianças. Depressão pós-parto é muito comum mas não acredito que possa ser alegada uma insanidade mental para executar uma barbaridade. Não se deve abandonar uma criança à própria sorte. Isso é crime.
Mas se a pessoa pode procurar o serviço do governo e entregar esta criança para adoção, a entrega é muito bem vista. A entrega é permitida. Não é crime e deve ser, de alguma maneira, incentivada para aquelas mães que não querem ficar com a criança. Quanto mais cedo para a criança ficar definida a situação dela, melhor e estaremos assegurando de forma mais eficaz os direitos consagrados no Estatuto da Criança, na Constituição Federal e nas outras leis que o Brasil já assinou, e é tão simples, mas quando estas pessoas preferem por a vida da criança em risco, e não imaginam que por muitas vezes estas crianças podem não ter a sorte de serem encontradas e parar em algum aterro sanitário por aí, não há o que justifique esta atitude, essas pessoas tem má índole, se são capazes de fazer isso podem executar qualquer outro crime, pois nada pode ser mais cruel.
Mas algo irrita ainda mais, é que depois de passar por esse trauma, se sobreviverem, essas crianças ainda correm outro risco: como no caso do bebê Miguel de 2009 que foi jogado num matagal, e encontrado por um pitbull, foi entregue, por determinação da Justiça, à guarda provisória dos avós maternos. A criança foi abandonada pela mãe poucas horas após ela dar à luz. O menino Miguel, de 7 meses, estava com os pais adotivos, um casal de advogados, há 3 meses, em Sepetiba.
O bebê foi levado para uma casa da família biológica onde moram 5 pessoas, entre elas sua mãe, de 20 anos. E sua tia de 16 anos, foi quem deixou o recém-nascido numa sacola plástica à beira do Rio, a pedido da mãe. O menino estava com o cordão umbilical mal cortado e sangrando. o argumento é a prioridade dada ao retorno da criança ao lar de origem. A justiça entregou para os avós mas esta criança vai passar o resto de sua infância e adolescência debaixo do mesmo teto que as pessoas que tentaram matá-la. A justiça o condenou a voltar para essa “mãe”, se é que será chamada assim. E se a justiça, se é que será chamada assim, dá preferência pra que isso aconteça, desperta, em qualquer ser humano um desejo enorme de fazer justiça com as próprias mãos.

Um comentário:

  1. Esse tema realmente é uma coisa que me entristece muito,dias atrás participei de um debate sobre isso,e entre mim e algumas colegas de cena tinha uma que tem o sonho de ser mãe e não pode,eu realmente como mãe que sou não consigo entender um ato de tamanha crueldade,só pode ser uma falha,doença espiritual!Que Deus tenha piedade dessas mulheres que com certeza não sabem o que fazem!!
    LAMENTÁVEL,DOLORIDO SEM PALAVRAS!!

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